O salário mínimo em 2024 será de R$ 1.389
e, por enquanto, não terá aumento acima da inflação. O reajuste consta
do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, enviado
sexta-feira (14) ao Congresso Nacional.
O projeto também apresentou previsões de R$ 1.435 para o
salário mínimo em 2025 e de R$ 1.481 para 2026. As projeções são
preliminares e serão revistas no PLDO dos próximos anos.
Até 2019, o salário mínimo era reajustado segundo uma
fórmula que previa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das
riquezas produzidas no país) de dois anos anteriores mais a inflação
oficial do ano anterior.
Nos últimos anos, o
reajuste passou a seguir apenas a reposição do INPC, por causa da
Constituição, que determina a manutenção do poder de compra do salário
mínimo. O novo governo está discutindo uma nova política de valorização
real (acima da inflação) do salário mínimo.
“Eventuais novas regras de reajuste, que prevejam
aumentos reais para o salário mínimo, serão oportunamente incorporadas
ao cenário fiscal quando da elaboração da lei orçamentária anual”,
divulgou em nota o Ministério do Planejamento.
Segundo o Planejamento, cada aumento de R$ 1 no salário
mínimo tem impacto de aproximadamente R$ 368,5 milhões no orçamento.
Isso porque os benefícios da Previdência Social, o abono salarial, o
seguro-desemprego, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e diversos
gastos são atrelados à variação do mínimo. A conta considera uma alta de
R$ 374,8 bilhões nas despesas e ganhos de R$ 6,3 bilhões na arrecadação
da Previdência Social.
O valor do salário
mínimo para o próximo ano ainda pode ser alterado, dependendo do valor
efetivo do INPC neste ano e da nova política de reajuste. Pela
legislação, o presidente da República é obrigado a publicar uma medida
provisória até o último dia do ano com o valor do piso para o ano
seguinte.
Em 2023, o salário mínimo está em R$ 1.304, com ganho
real de 1,41%. Com o reajuste para R$ 1.320, previsto para 1º de maio, a
valorização subirá para 2,8% acima da inflação de 2022.
O projeto original da LDO foi
enviado ao Congresso com o teto de gastos ainda em vigor. O texto, no
entanto, traz a permissão para que o Projeto de Lei Orçamentária Anual
(PLOA) de 2024 preveja despesa primária em valor superior ao teto de
gastos, condicionada à aprovação do novo arcabouço fiscal pelo Congresso
Nacional.
Fonte: Agência Brasil
O reajuste segue a projeção de 5,16% para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para este ano. A estimativa
também consta do PLDO.