A partir de
janeiro de 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) vai passar a oferecer,
gratuitamente, o autoteste para diagnóstico do HIV.
A informação
foi confirmada em novembro deste ano pelo Ministério da Saúde.
Atualmente,
o autoteste é apenas comercializado em farmácias privadas.
Com a
distribuição na rede pública, os cidadãos poderão retirar o autoteste nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS), coletar a própria amostra (fluido oral ou
sangue) e conferir o resultado.
De acordo
com o Ministério da Saúde, o teste vai aumentar a autonomia do indivíduo,
descentralizar serviços e criar demanda de testes de HIV entre aqueles não
alcançados pelos serviços ou que precisam ser testados com mais frequência
devido à exposição contínua ao risco.
Isso
significa que mais pessoas terão acesso ao diagnóstico, aumentando o alcance da
oferta de tratamento gratuito pelo SUS.
Consequentemente,
poderá reduzir a taxa de transmissão e controlar situações de epidemia, uma vez
que pessoas em tratamento podem chegar a ter carga viral indetectável e, assim,
não transmitir o HIV.
Serão 400
mil autotestes distribuídos nas unidades de saúde que, atualmente, já oferecem
o teste rápido.
O
projeto-piloto de distribuição gratuita do autoteste já foi realizado em
cidades de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Amazonas e Paraná.
Controle epidemiológico
A decisão de
distribuir autotestes foi uma resposta aos números: entre 2013 e 2017, houve
uma queda expressiva de 16% dos óbitos por Aids no Brasil.
No entanto,
o País foi um dos únicos do mundo que, nos últimos anos, registrou aumento na
incidência da doença.
O problema
maior é com a população de jovens Homens que fazem Sexo com Homens (HSH).
Dados do
Ministério da Saúde apontam que 73% das novas infecções de HIV ocorrem em
pessoas do sexo masculino.
Nesse
universo, mais de 70% dos casos está na faixa etária entre 15 a 39 anos.
Como funciona?
O autoteste
funciona de duas maneiras: com punção digital (feito com uma gota de sangue) e
fluido oral (com material colhido na mucosa da boca). Uma das principais
vantagens é a conveniência e comodidade para quem procura saber se está
infectado com o vírus. “O cidadão terá acesso ao diagnóstico no momento em que
puder ou desejar fazer o autoteste”, explica Sérgio D’Ávila, gerente de
Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde do Distrito
Federal.
Apoio completo
Apesar de
todas as facilidades e benefícios do autoteste, nos casos em que o resultado é
positivo, o momento da descoberta pode ser muito difícil emocional e
psicologicamente. “O autoteste é uma ferramenta bastante interessante, com uma
boa sensibilidade e especificidade.
Ele vem com
uma bula que explica exatamente como deve ser feita a coleta do material.
Apesar
disso, não é fácil se autodescobrir infectado”, explica Roberta Schiavon.
Tanto nas
caixinhas que já são comercializadas quanto naquelas que serão distribuídas
pelo SUS no próximo ano, haverá um número de telefone gratuito, por meio do
qual a pessoa receberá
apoio.
Esse
atendimento vai estar disponível 24h por dia. “O paciente vai receber, além do
apoio emocional, orientação sobre o que fazer e para onde ir para fazer o teste
confirmatório”, explica Roberta.
Após o
resultado positivo, o paciente deve ligar imediatamente para o número
disponível na embalagem do autoteste.
Se estiver
impossibilitado de fazer a ligação, deve procurar o Centro de Testagem e
Aconselhamento (CTA) ou o Centro de Referência em DST/Aids mais próximo para
fazer o teste confirmatório, que é indispensável, e começar a terapia
antirretroviral o mais rápido possível.
Fonte: Governo do
Brasil, com informações do Ministério da Saúde